Difundindo a Física no AP: Licenciatura em Física comemora 20 anos de criação

Difundindo a Física no AP: Licenciatura em Física comemora 20 anos de criação

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Criada em 15 de setembro de 2003, a graduação tem formado, com excelência, professores de Física e contribuído com a qualidade da educação básica e superior do AP.

O que, exatamente, significa entrar para um curso de ensino superior em uma universidade? Para quase todos que conseguem, é um sonho coletivo que se realiza. Coletivo porque, quando uma pessoa conquista uma das mais de 1.800 vagas vagas de graduação ofertadas anualmente pela Universidade Federal do Amapá (Unifap), “entram” juntos a família, a rua onde moram, a comunidade…

Não foi diferente para o recém-formado Kelvys Luiz Figueiredo, um dos seis acadêmicos que graduaram em agosto no curso de Licenciatura em Física, que completa 20 anos de criação na próxima sexta-feira, 15.

“Fui o primeiro neto de minha avó a ingressar na faculdade, e o primeiro a se formar. [A graduação em Física] foi um sonho realizado para mim e para toda a família”, afirma Kelvys Figueiredo.

Natural de Soure, na Ilha do Marajó (PA), o interesse de Kelvys pela Física surgiu ainda no ensino médio ao assistir filmes e séries com conteúdo científico. Ele afirma que o curso mudou totalmente a sua vida, não só academicamente como também contribuiu para o seu amadurecimento.

“O curso atendeu muito as minhas expectativas. Ele não forma somente um profissional educador, mas te dá também ferramentas que você leva pra vida toda: a maturidade, a responsabilidade com trabalhos, feiras e encontros que a gente ajuda a realizar, o voluntariado… Fiz amizades, conheci professores que me ajudaram a sair da graduação já empregado… O curso mudou drasticamente a minha vida”, avalia Kelvys.

A Licenciatura em Física da Unifap mudou a vida de Kelvys e de cerca de 160 acadêmicos que se formaram ao longo dos 20 anos do curso. A graduação visa formar licenciados em Física para atuarem no ensino da disciplina, tanto na educação básica como no nível superior. O perfil do professor de Física formado na graduação é o de abordar e tratar problemas novos e tradicionais e estar preocupado em buscar novas formas do saber e do fazer científico.

Surgimento do curso

A graduação foi criada em 15 de setembro de 2003, mas sua história começa bem antes, lá nos idos dos anos 1990, quando um grupo de docentes do curso de Matemática da Unifap começou a sonhar em implantar a licenciatura na Universidade.

Um desses docentes é o Prof. Manoel Domingos da Silva Melo, mais conhecido como Prof. Japoca. O vínculo dele com a Unifap data do ano de 1970, quando foi aprovado no curso de licenciatura polivalente promovida pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Na década de 1980, ele entra para a primeira turma de Licenciatura Plena em Matemática. Em 1985, quando a criação da Unifap foi aprovada, participou de um seminário que objetivava estruturar os cursos de graduação que seriam implementados na futura Universidade Federal do Amapá.

De acordo com o Prof. Japoca, ainda na década de 1990 percebeu-se a necessidade de formar professores de Física. Para resolver a situação, o curso de Matemática incluiu, em sua estrutura curricular, uma complementação de estudos que visava qualificar os professores graduados de Matemática a poder lecionar Física.

“Só que a demanda [por professores de Física] estava aumentando. Na década de 1990, se não me engano, em reunião de colegiado […] pensamos na possibilidade de criar o curso de Física. […] A sociedade estava precisando desses professores que ensinam conteúdo para a realidade e não para calcular algoritmo, um conteúdo que permitisse explicar os fenômenos da natureza, a realidade do país, as peculiaridades da região Norte, por que chove tanto pra cá…. Aí os professores Ana Raquel, José Reinaldo Nery e Elielson Moura ficaram incumbidos de criar uma proposta pedagógica, encaminharam ao Conselho Superior da Unifap, que foi aprovada e, a partir de 2003, o curso foi criado”, lembra o Prof. Japoca.

Atualmente lotado como técnico administrativo no curso, o Prof. Japoca é considerado a “memória viva” da licenciatura.

[…] Ele é uma potência na nossa região. […] Temos alunos fazendo doutorado na Suécia, em Portugal, em várias universidades… Temos 15 doutores no curso, é um curso muito bem qualificado, comprometido com a Universidade, com a região amazônica. Os docentes são pesquisadores, verdadeiros cientistas, e eu me sinto orgulhoso e honrado em fazer parte deste curso e desta Instituição”, declara o Prof. Japoca.

Outro servidor que escreve a história da licenciatura é o Prof. Dr. Robert Ronald Maguiña Zamora. Atualmente ele é o docente mais antigo do curso, com 18 anos dedicados à graduação, e credita a evolução da sua docência às interações com os acadêmicos do curso e a compreensão, nesses anos de licenciatura, do verdadeiro papel de um servidor público: o de querer servir.

“Eu sempre quis ensinar. Desde que eu estudava na universidade, eu sempre tive essa vontade de ensinar, de ter alunos […], aqui eu tive a oportunidade de atuar como professor e alcançar meu sonho. A interação com o aluno é calorosa, humana, e isso me motiva a cada dia, essa forma de estar com os alunos e aprender com eles. Eu já havia tido experiência acadêmica no Peru, mas não com essa intensidade. Todo esse tempo que eu já tenho aqui, quase 20 anos, a palavra que resume tudo é gratidão”, afirma o Prof. Zamora.

Evolução do curso

A comunidade acadêmica da Licenciatura em Física possui, atualmente, 116 alunos, 15 docentes e quatro técnicos administrativos. São quatro salas de aulas, seis laboratórios distribuídos em dois blocos, no campus Marco Zero do Equador, em Macapá (AP). Além da graduação, oferta também a Especialização em Ensino de Física e, neste ano, se tornou um dos polos do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (MNPEF), curso de pós-graduação stricto sensu em rede nacional organizado pela Sociedade Brasileira de Física (SBF).

O coordenador da graduação, Prof. Dr. David Sbrissa, aponta que o aumento do número de ingressantes e de docentes, a melhoria da estrutura física, a diminuição na evasão de acadêmicos e a aquisição de cursos de pós-graduação são alguns dos elementos que indicam o crescimento do curso ao longo dos seus 20 anos de existência.

Além disso, continua o docente, dois aspectos que comprovam a qualidade da graduação são o ingresso rápido dos egressos ao mercado de trabalho e a alta aprovação deles em cursos de pós-graduação fora do estado, demonstrando que a licenciatura tem cumprido seu principal papel, que é o de formar licenciados em Física com excelência no ensino e no fazer científico.

“A gente vê vários alunos nossos se engajando rapidamente no mercado de trabalho, muitos alunos acabam de se formar e já conseguem se encaixar em escolas públicas e particulares ou mesmo trabalhando por conta própria. […] Temos um número elevado de alunos que são aprovados nesses cursos [mestrados e doutorados], inclusive, temos quatro docentes que se formaram aqui, fizeram doutorado fora e retornaram como professores do curso. Então, além de ser uma licenciatura, tem essa vertente de pesquisa e pós-graduação muito forte”, afirma o Prof. Dr. David Sbrissa.

Além da qualidade da formação, que impacta diretamente a educação básica e superior do estado, o Prof. Dr. David Sbrissa também destaca outros pontos que contribuem na interação entre o curso e a sociedade.

“Nós temos alguns pontos bem específicos [da contribuição para a sociedade]. Em relação a projetos de extensão, por exemplo, temos um projeto muito grande, que é o Física Itinerante, que leva o ensino de ciência para a comunidade. Nós temos também um projeto de xadrez, que atende alunos da Unifap e da comunidade. Nosso colegiado trabalha muito a questão da divulgação científica, fazemos muitos eventos. Então, por exemplo, já fizemos as Olimpíadas de Física, já tivemos também o Encontro Amapaense da Física, que reúne profissionais da Física do estado todo para fazer palestras, isso promove uma divulgação científica muito grande”, elenca o coordenador.

Cerimônia

Para marcar a celebração dos 20 anos do curso, haverá um evento que ocorrerá na próxima sexta-feira, 15, no auditório do Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas (Dcet), no campus Marco Zero do Equador, em Macapá (AP), às 9h, aberto à comunidade acadêmica da Unifap e à sociedade em geral.

A programação contará com mesa de cerimônia com autoridades da Universidade, homenagem a representantes do curso, apresentação de imagens e vídeos da história da licenciatura, apresentação do novo logotipo do curso e entrega simbólica dos novos espaços.

*Fotos: Divulgação/Física e Assesp/Unifap


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