Encontro sobre o Programa Leitura e Escrita na Educação Infantil (Leei) ocorreu no dia 17 de abril, em Brasília.
O Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB), promoveu, nos dias 17 e 18 de abril, reunião técnica sobre o programa Leitura e Escrita na Educação Infantil (LEEI), que integra as ações do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Participaram do encontro, representantes do MEC e das universidades parceiras para a execução das formações do LEEI.
O objetivo do LEEI é ofertar formação continuada a profissionais da educação infantil com foco na oralidade, leitura e escrita, de maneira a apoiar teórica e metodologicamente docentes para que desenvolvam práticas educativas capazes de ampliar as experiências das crianças com a linguagem escrita. Nesse sentido, o programa busca o respeito às especificidades da primeira infância e às noções de leitura e escrita como práticas sociais que integram o cotidiano e sustentam interações e brincadeiras nesse ciclo de vida.
A articulação nacional conta com cinco universidades federais, coordenando cada região, sendo elas: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), para o Nordeste; Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para o Sudeste; Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), para o Centro-Oeste; Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), para o Sul; e Universidade Federal do Amapá (Unifap), representante da região Norte. As cinco universidades coordenadoras regionais se somam a outras 27 universidades públicas parceiras em todo o país.
Coordenadores Norte- Representantes das 32 universidades que atuam na execução das formações do Programa LEEI (Foto: Divulgação).
A abertura dos trabalhos aconteceu na tarde de quarta-feira,17 de abril, e contou com a presença da secretária de Educação Básica, Kátia Schweickardt; do diretor de Formação Docente e Valorização dos Profissionais da Educação, Lourival José Martins Filho; da coordenadora-geral de Educação Infantil, Rita Coelho; do coordenador-geral de Apoio às Redes de Educação Básica, João César Fonseca Neto; e do presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Alessio Costa.
Mesa de abertura com representantes do MEC (Foto: ASCOM-MEC/SEB).
Na oportunidade de fala, a professora Adelma Barros-Mendes, Coordenadora Regional (LEEI NORTE), destacou a importância do projeto e esclareceu como estão ocorrendo as formações na região norte.
“A importância do trabalho de formação continuada dos professores da educação infantil (EI) na Região Norte, se dá por três motivos na nossa opinião, primeiro, teremos uma formação que busca atingir a cem por cento dos professores que atuam na EI, com turmas de crianças de 4 a 5 anos. Nós sabemos que têm municípios da região norte cujo professores nunca realizaram uma formação continuada voltada para a EI, por conta do histórico do não reconhecimento desse professor enquanto um profissional que faz graduação e se especializa para trabalhar com EI, pois ainda há o equívoco de achar que qualquer pessoa pode trabalhar com crianças na EI. Com essa formação – LEEI – valorizaremos esse profissional. O Segundo ponto é que, na formação da região norte, trabalharemos olhando as diversidades regionais, com foco na criança ribeirinha, criança indígena, criança quilombola, criança das áreas urbanas e crianças das áreas rurais, todas as infâncias serão consideradas respeitando os seus territórios, respeitando os seus modos de ser criança e de brincar nesses espaços que elas ocupam. Por fim, o terceiro ponto é que, embora na região norte nós tenhamos desafios bastantes distintos, sobretudo de deslocamentos e de acesso à internet, temos a certeza que um trabalho de cooperação e de parceria entre os estados, municípios, universidades e Ministério da Educação é que garante o sucesso, porque acreditamos que somente no coletivo é que se constrói o sucesso e esse sucesso significa garantir o direito que essas crianças têm de receber uma boa formação, de ter um professor qualificado para lhes ajudar no processo de leitura e escrita”, afirmou.
Professora Adelma Barro-Mendes em sua fala na reunião técnica com o MEC (Foto: Divulgação)
A professora Leuda Evangelista de Oliveira, Coordenadora Local – LEEI Roraima, em entrevista ao MEC, também falou sobre a importância do programa.
“O LEEI é fundamental para a região norte porque vai qualificar as práticas que os nossos professores já desenvolvem na região, além disso, o programa olha essa etapa da educação básica [a educação infantil], considerando as suas peculiaridades e diversidades, e na região norte, temos a possibilidade de adequar isso à população que atendemos, que são os ribeirinhos, os quilombolas, os negros, os indígenas, os migrantes, os povos das florestas, das águas. Então olhar a educação infantil, com essas especificidades, considerando a nossa regionalidade, é muito importante para a região e também para o Estado de Roraima, pois poderemos qualificar nossos professores para que possam potencializar as suas práticas pedagógicas com atividades que levam em consideração o contexto local e o desenvolvimento das crianças”, aditou.
Dentre as pautas da reunião estavam “Avaliação e monitoramento do LEEI” e “A experiência do LEEI em ambiente virtual de aprendizagem”. Com o encontro as universidades discutiram o cronograma, carga horária, bem como as metodologias dos encontros presenciais e remotos das formações. Em 2024, as formações continuadas do LEEI contarão com aproximadamente 295 mil professores que atuam na etapa da educação infantil. Na região Norte serão 29 mil profissionais da EI que farão essa formação.
