Foi depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) o pedido de patente de invenção intitulada “Nanoemulsão Miscível em Água à Base de Mistura de Diterpenos em Óleo e seu uso como Larvicida”.

O depósito foi feito pelo Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (NITT) em nome da Universidade Federal do Amapá, reconhecida como depositante na petição eletrônica.

O trabalho que gerou a patente foi fruto do estudo desenvolvido pela professora Anna Eliza Maciel de Mota Oliveira, como parte da sua tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Inovação Farmacêutica.

Segundo Anna Eliza, a presente invenção refere-se a uma nanoemulsão miscível em água à base de diterpenos em óleo e seu uso contra larvas de mosquito, inclusive o Aedes aegypti.

Ela tem como objetivo oferecer uma nanoemulsão à base de óleos de sucupira-branca (Pterodon emarginatus Vogel), espécie nativa da flora brasileira, para uso larvicida, e com diversas vantagens por ser um produto de origem vegetal.

Este nanofitoproduto proporciona a utilização de biomoléculas com atividade específica no controle de vetores de doenças endêmicas que, pela sua complexidade de composição, diminuem os riscos de resistência e minimizam a toxicidade para o meio ambiente.

Inovação na Universidade Federal do Amapá Embora o Programa de Pós-Graduação em Inovação Farmacêutica (PPGIF) seja uma iniciativa em rede (UFG, UFAM, UFPA e UNIFAP), toda a pesquisa relacionada à tese de doutorado da pesquisadora Anna Eliza Maciel foi integralmente realizada na Universidade Federal do Amapá, congregando discentes de graduação, pós-graduação e docentes pesquisadores dos Laboratórios de Nanobiotecnologia Fitofarmacêutica (NanoFito), de Pesquisa em Fármacos e Laboratório de Arthropoda (Artrolab) da Ifes.

O coordenador do Laboratório de Nanobiotecnologia Fitofarmacêutica (NanoFito), professor Caio Pinho Fernandes, ressalta que o método utilizado para preparação dessa nanoemulsão envolve baixo aporte de energia e não faz uso de solventes orgânicos, sem prejuízo da formação de gotículas em escala nanométrica.

Além disso, foram utilizadas matérias-primas biodegradáveis, estando em consonância com um sentimento crescente da população por produtos menos agressivos ao meio ambiente e de origem natural.

Divulgação científica Anna Eliza Maciel ressalta que, além da patente depositada, diversos produtos científicos do trabalho desenvolvido com as nanoemulsões obtidas a base de sucupira-branca foram divulgados.

O fato desses nanosistemas terem grande potencial biológico, mediante incremento da solubilidade em água dos óleos, possível aumento da bioatividade e até mesmo liberação controlada das substâncias ativas, associada a uma técnica simples e eficaz, tem gerado uma grande aceitação por parte da comunidade científica especializada.

Nesse contexto, até o momento três artigos científicos em revistas de grande importância já foram publicados, além de dois artigos que se encontram em revisão por pares em revistas científicas internacionais e um capítulo de livro em edição pela prestigiada editora Elsevier.

Inventora Prof.

Anna Eliza Maciel de Faria Mota Oliveira Doutora em Inovação Farmacêutica (Programa em Rede – UNIFAP/UFG/UFAM/UFPA).

No ano de 2016, foi agraciada com o Prêmio Empreendorismo Sustentável do Programa Amazônia 2020 – 2ª ed, promovido pelo Banco Santander.

Demais inventores Prof.

Caio Pinho Fernandes Doutor em Biotecnologia Vegetal (UFRJ).

Realizou estágio de mobilidade internacional (2016) no Grupo de Química Coloidal e Interfacial (IQAC – Barcelona, ESP), sob supervisão da Profª.

Drª.

Conxita Solans, investingando a formação de nanoemulsões com óleos de origem vegetal Prof.

José Carlos Tavares Carvalho Doutor em Fármacos e Medicamentos (USP).

Professor Titular da Universidade Federal do Amapá e bolsista de produtividade em Pesquisa (1D) do CNPQ (CA FR).

Realizou estágio de mobilidade internacional (2016) na Universidad Autónoma do México (México).

Texto: Divulgação