As inscrições estão abertas e podem ser feitas por meio do formulário disponível em: https://docs.google.com/forms/u/2/d/e/1FAIpQLSeB3N8PhSLCKWnocCRwUUxfMM87cGidpbcttntlZOWwTTv7yQ/viewform
No próximo dia 20 de outubro, a Universidade Federal do Amapá (Unifap), por meio do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas e Patrimoniais (CEPAP), promove o I Encontro em Defesa do Forte Cumaú: Pesquisa, Educação e Políticas de Acautelamento e Valorização do Patrimônio Cultural no Amapá. O evento vai ocorrer às 14h, no auditório do CEPAP, e reúne professores da rede pública, pesquisadores, agentes culturais e moradores do bairro Igarapé da Fortaleza, bairro diretamente ligado à história do forte.
A programação prevê uma reunião pública ampliada, com a formação de grupos de trabalho voltados à elaboração de propostas coletivas para a proteção e valorização do sítio arqueológico. Entre os eixos temáticos estão: a criação de um programa integrado de pesquisa e valorização do Forte Cumaú e a discussão de estratégias de acautelamento e preservação frente à negativa do pedido de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Ao longo dos anos, o sítio histórico foi consumido pelo tempo, pela urbanização e pelo descaso. Hoje, boa parte de sua estrutura original desapareceu. Hoje, restam apenas fragmentos e ruínas. Ainda assim, o que a comunidade acadêmica e civil tenta resgatar é justamente essa memória, o enorme valor simbólico que a fortificação representa para a história do Amapá.
Erguido em 1632 pelos ingleses, o Forte Cumaú, localizado na foz do Igarapé da Fortaleza (atual município de Santana), é considerado a mais antiga fortificação do Amapá. Construído com barro e materiais da própria região, o Forte antecede em mais de um século a Fortaleza de São José de Macapá, mas não teve a mesma sorte em termos de conservação e reconhecimento.
A coordenadora do evento e docente da Unifap, Profª Drª Ana Cristina Rocha Silva, informou que um pedido de tombamento foi feito tempos atrás ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que indeferiu o pedido sob o argumento de que as ruínas do Forte já não apresentam suas características originais. Para o movimento de defesa, porém, essa justificativa não elimina a necessidade de preservar o que resta, e nem o direito da população de reconhecer o valor histórico e identitário do lugar.
“Mais do que ruínas, o Forte Cumaú é um vestígio material da formação do Amapá e um símbolo da presença humana e cultural que moldou nossa região. É preciso olhar para ele com o mesmo respeito e cuidado que dedicamos à Fortaleza de São José”, defende a professora. Com o evento, a universidade e a sociedade civil buscam somar forças para transformar o que hoje é um espaço esquecido em referência de memória, pesquisa e educação patrimonial. A expectativa é que as propostas resultantes do encontro fortaleçam a luta por políticas públicas que garantam a proteção definitiva do sítio arqueológico.

