PET INDÍGENA: Projeto da Unifap inaugura núcleos museológicos em aldeias do Oiapoque

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Reforçar a identidade tradicional nas crianças e jovens indígenas que vivem em oito aldeias do Oiapoque, no norte do estado.

Esse é o principal objetivo do projeto Pet Indígena, que nos dias 26 e 27 de julho inaugurou a criação de núcleos museológicos nas aldeias Manga e Estrela.

Os próximos núcleos serão implantados nas aldeias Kumarumã, Tukay, Xuixuimene (Suisuimïn), Jawarary, Bona e São José.

Os núcleos museológicos são espaços-fórum, que podem ser presenciais e/ou virtuais, criados para debater aspectos histórico-culturais da aldeia e de sua população, bem como suas inter-relações com as questões do cotidiano.

“Apesar de levarem o nome de ‘museu’, eles não são configurados como os museus tradicionais, onde o público em geral tem acesso ao que está exposto.

Nos núcleos museológicos montados pelo projeto, o público alvo são os próprios moradores das aldeias, é por eles e para eles que tudo que foi produzido está direcionado”, explica o professor Dr.

João Batista Gomes de Oliveira, coordenador do Pet Indígena.

Uma exposição de banners com o resultado de três anos de pesquisas dos oito universitários indígenas bolsistas do projeto foi doada às aldeias que cada um deles mora e nocampusbinacional Oiapoque, da Unifap.

A exposição mostra aspectos históricos e culturais tradicionais dos povos indígenas (modos de subsistência, o cotidiano nas aldeias, etc).

Além disso, um DVD com as informações levantadas pelos pesquisadores também foi produzido e entregue nas escolas das aldeias.

O próximo passo será a elaboração de uma publicação, prevista para o início do ano que vem.

A implementação dos núcleos museológicos nas aldeias contou com a colaboração de professores e técnicos do curso de Licenciatura Intercultural Indígena da Unifap.

As exposições são financiadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação (Mec).

Pet Indígena –O projeto foi contemplado no editalPrograma de Educação Tutorial (Pet) / Conexões de Saberes, do Ministério da Educação (Mec) em 2010 e surgiu a partir das observações do professor Dr.

João Batista, ao longo das aulas ministradas por ele em várias aldeias indígenas.

“Percebi que a maioria dos índios jovens não se interessa pelo conhecimento tradicional de suas aldeias, então vi a necessidade de resgatar os elementos históricos e culturais para esses jovens”, afirma João Batista.

O Pet Indígena tem como objetivos planejar e deflagrar a criação de núcleos museológicos indígenas, base para um processo de fortalecimento e fomento das culturas tradicionais das aldeias participantes do projeto, ampliar a relação entre a universidade e as comunidades indígenas da Amazônia Brasileira, fomentar a vocação dos jovens universitários indígenas como pesquisadores, visando sua intervenção qualificada em diferentes espaços sociais, em particular, na universidade e em comunidades indígenas e estimular a formação de novas lideranças indígenas capazes de articularem competências acadêmicas com compromissos sociais.

O projeto tem como bolsistas os universitários Ariana dos Santos (núcleo museológico da aldeia Manga), Davi Felisberto dos Santos (núcleo museológico da aldeia Kumarumã), Diena Macial Sfair (núcleo museológico da aldeia Tukay), Elder dos Santos (núcleo museológico da aldeia Estrela), Kutanan Waiapi Waiana (núcleo museológico da Aldeia Xuixuimene (Suisuimïn)), Japaropi Wajãpi (núcleo museológico da Aldeia Jawarary), Mahkai Apalai (núcleo museológico da aldeia Bona) e Odair Jose dos Santos Jeanjacque (núcleo museológico da aldeia São José).

* Créditos das fotos: Arquivo do projeto

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