No artigo foram utilizados métodos estatísticos e modelos matemáticos para entender a dinâmica da disseminação local da doença.
Um grupo de pesquisadores participou da elaboração do artigo científico “Predição da propagação do SARS-CoV-2 no Estado do Amapá, Amazônia, Brasil, por modelagem matemática”. A pesquisa foi publicada no Núcleo de Conhecimento do Multidisciplinary Scientific Journal e buscou analisar a incidência de casos confirmados da COVID-19 no Amapá, com uso de métodos estatísticos e modelos matemáticos para entender a dinâmica de contágio local. O estudo faz um levantamento de informações que promovam estratégias de combate mais efetivas contra a doença.
A predição do COVID-19 para o Amapá foi realizada por um modelo epidemiológico conhecido como SIR (Suscetível-Infectado-Recuperado) considerado simples, porém robusto para modelar a pandemia. De acordo com o pesquisador e docente do curso de Matemática da UNIFAP, Prof. Me. Neylan Dias – um dos 10 professores co-autores do artigo, a abordagem adotada foi diferente da tradicional. Com ferramentas de otimização computacional e métodos estatísticos, os pesquisadores obtiveram simulações do modelo que consegue boas previsões para períodos curtos, de 7 a 10 dias, por exemplo. “Isso é bem significativo, tendo em vista que esses resultados podem servir como subsídios para planejamentos de enfrentamento a pandemia”, explicou do pesquisador.
Modelagem SIR
Com base na modelagem SIR, aplicada ao estudo, foi possível fazer uma previsão de casos acumulados até fim de maio. Se o padrão de crescimento for mantido, ao final do mês é possível que o Amapá esteja com cerca de 5.500 a 6.050 pessoas infectadas pela COVID-19. O estudo também mostrou que, se a taxa de letalidade for mantida no padrão que está (2.95%), em 31 de maio o número de baixas pode estar entre 160 a 180 óbitos.
Outro dado importante analisado na pesquisa é a taxa de reprodução basal Ro, que indica o potencial de transmissão de vírus. Na conclusão do estudo, a taxa estava em 2.11, mas chegou a ser mais baixa chegando em 1.04. “O aumento na taxa de Ro pode indicar que houve relaxamento na quarentena, com a maior circulação de pessoas, o contato entre elas aumentou, elevando o Ro, e assim mantendo alto a transmissão da doença”, afirmou o Prof. Me. Edcarlos Vasconcelos
Dez pesquisadores participaram do estudo que foi coordenado pela professora e vice-reitora da UNIFAP, Profa. Dra. Simone Delphim Leal. “O artigo foi fruto da colaboração de pesquisadores de várias áreas, de modo a produzir de forma clara o que vem ocorrendo com o cenário do COVID-19 no nosso estado, e colocar a comunidade científica, bem como os cidadãos em geral, a par do que vem ocorrendo”, informou Profa. Simone.
Participaram do estudo os pesquisadores: Neylan Leal, Edcarlos Vasconcelos, Marcelo Amanajas Pires, Daniel Chaves, Katsumi Sanada, Amanda Alves Fecury, Cláudio Alberto Gellis de Mattos Dias, Euzébio de Oliveira, Carla Viana Dendasck e Simone Delphim Leal. Além de docentes da UNIFAP, também participaram da pesquisa professores do Instituto Federal do Amapá (IFAP) e Universidade Federal do Pará (UFPA).
O artigo completo, suas metodologias e conclusões, pode ser acessado no LINK.
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