Licenciatura Intercultural Indígena comemora dez anos e forma 41 novos professores indígenas

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O Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (CLII) da Universidade Federal do Amapá (Unifap) completou dez anos no mês de julho e, para marcar essa década de atuação entre os povos indígenas do Amapá e norte do Pará, o curso promoveu o I Seminário “Os Indígenas e a Universidade: 10 anos de Lutas, Conquistas e Desafios do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena – Unifap”, realizado entre 12 e 18 de julho no campus Binacional do Oiapoque.

Durante os sete dias do evento foi discutida a presença indígena na Universidade, com foco na necessidade da ampliação e adaptação das políticas de acesso e permanência dos indígenas aos cursos de graduação e pós-graduação da Unifap.

A necessidade de investimentos no CLII e a criação de cursos de pós-graduação direcionados para os indígenas também estiveram em pauta, além de temas como a formação de mestres e doutores indígenas e o preconceito dentro da Universidade, frequentemente relatado pelos participantes.

Destaca-se nessas discussões o protagonismo e a resistência indígena, bem como o amadurecimento político e epistemológico dos acadêmicos.

Um dos destaques do seminário foi a participação dos doutores Almires Martins Terena e Edson Kayapó, que falaram de suas trajetórias acadêmicas e também da necessidade de “descolonizar” a Universidade, ou seja, quebrar a hegemonia do pensamento ocidental que trata o “saber tradicional” dos povos indígenas como inferiores quando comparados ao “saber científico”.

Para a comissão organizadora do evento, o seminário abre um espaço de discussão de questões concernentes aos povos indígenas e reforça o protagonismo indígena, além de possibilitar a troca de conhecimentos e experiências através do diálogo, debates e da apresentação dos trabalhos acadêmicos.

Durante o seminário houve a formatura de 41 novos professores graduados indígenas, pertencentes aos povos Galibi-Marworno, Karipuna, Palikur, Waiãpi e Apalai.

A cerimônia foi repleta de momentos simbólicos, como o canto das mulheres indígenas, que abençoou os formandos.

O rito de formatura contou com a ampla participação das comunidades indígenas, além da comunidade acadêmica.

* Texto: Elissandra Barros * Fotos: Loyanna Santana e Davi Galibi

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