A professora e artista foi selecionada para eventos nacionais como Salão Arte Pará (1983, 1984, 1985, 1986); fez intercâmbio com Grupo Empreza (Goiânia/2003). Participou de mostras de pintura na cidade de Macapá – Sesc/Araxá.
O curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Amapá (Unifap) promove amanhã, 22, a abertura de uma exposição em homenagem a professora do curso, Fátima Garcia. Fátima Garcia (Belém, 1962 – Macapá, 2018), foi professora/pesquisadora, Mestre em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e apaixonada pela pintura e literatura. A abertura será às 19h no Departamento de Letras e Artes (Depla).
Exposição Fátima Garcia
Falar sobre a artista Fátima Garcia é um desafio estético e psicológico – formas e cores cristalizam emoções profundas num movimento ambivalente entre o inorgânico (subjetivo) e o orgânico (objetivo).
Fátima Garcia percorre um caminho de experimentações, onde a composição e a paleta cromática sinalizam elegância e reflexão. Em suas abstrações, formas arredondadas e sinuosas pronunciam algo de feminilidade num sentido plástico, que subvertem convenções no campo da pintura. Nesses trabalhos, a pintora experimenta tinta óleo sobre papel, usando esponjas, espátulas e/ou o próprio bico das bisnagas de tinta. Com suavidade, vai diluindo a densidade dos “conflitos cromáticos” em espaços vazios e “sfumatados” – atinge a harmonia compositiva.
Como artista, foi selecionada para eventos nacionais como Salão Arte Pará (1983, 1984, 1985, 1986); fez intercâmbio com Grupo Empreza (Goiânia/2003). Participou de mostras de pintura na cidade de Macapá – SESC/ARAXÁ.
Como professora/pesquisadora, apresentou trabalhos na Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP/2003); Comitê Brasileiro de História da Arte (CBHA/2012).
Em 2018, sua despedida do Curso de Artes Visuais (UNIFAP), Fátima Garcia coordenou o saboroso Projeto de Extensão “Terças com Clarice” – evento pensado como uma ação educativa aberta – com a participação dos alunos, professores, técnicos da UNIFAP e da comunidade em geral – um público apaixonado pela obra literária de Clarice Lispector.
Enfim, essas pinturas, são mais que pinturas, são um Dossiê de Fátima Garcia. O óleo sobre papel reverbera, em cores e formas, afetos e delicadezas, mas, também insatisfações e asperezas. Certamente, em seu percurso artístico, o olhar da pintora encontrou artistas como Waltercio Caldas (Rio de Janeiro), Mira Schendel (Zurique/SãoPaulo), Dina Oliveira (Belém/PA), entre outros nomes tocados pelo afeto estético dessa artista.
Joaquim Netto
Historiador e Crítico de Arte (EBA/UFRJ)
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